OS
DESAFIOS DA EDUCAÇÃO REMOTA EM TEMPOS DE ISOLAMENTO SOCIAL
Introdução
O ensino remoto é um
grande desafio atualmente, pois além das dificuldades tecnológicas, também é
necessário garantir a interação com os alunos, mantendo-os atentos, para
assegurar a aprendizagem. Mesmo sendo apontada como a principal questão da
desigualdade no ensino, a tecnologia pode, sim, ser uma importante aliada dos
educadores.
Alguns
profissionais da educação nomeiam este novo sistema de ensino virtualizado como
educação a distância. Mas para o que podemos chamar no momento de educação
remota, que ainda precisa melhorar muito, ainda tem várias características que
a distingue da educação à distância. Poderíamos considerar uma espécie de homescholing?
Não. Porque o homescholing é uma proposta de ensino domiciliar que nem
sempre requer o uso de recursos digitais. Além disso, a educação remota
utiliza-se de considerável mobilidade, podendo ser acessada em vários tipos de
dispositivos, em tempo e locais variados e possíveis.
Com o mundo cada
vez mais virtualizado, a educação remota é uma proposta muito interessante de
ensino digital, mas ainda precisa ser moldada e deve adquirir perfil técnico
adequado para o ensino virtual, principalmente quanto aos perfis de
aprendizagem dos alunos e ao desenvolvimento do ensino ativo. Mas há um
problema é recorrente. Muita gente ainda está longe de terem os domínios
básicos de tecnologias da informação, principalmente da informática e da
internet. Usam a informática muito precariamente por vários motivos, e a
internet mais ainda. No geral, para tão somente para se conectarem às redes sociais
mais populares. Isto proporciona uma falsa sensação de usuários incluídos
digitalmente, entre eles muitos jovens do século XXI que deveriam ser
considerados nativos digitais.
Desde meados de
março deste ano [2020], a sociedade brasileira que vive uma pandemia, de
proporções globais, precisou mudar drasticamente alguns hábitos e muitas de
suas rotinas. Entre tudo isso, inclui a educação, com cerca de 48 milhões
estudantes, de todos os níveis de ensino, dados atualizados pelo Censo Escolar
2019, produzido pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira [INEP]. Adaptar o sistema educacional brasileiro, reorganizar
calendários acadêmicos e replanejar os dias letivos, também foi um árduo
desafio para as instituições de ensino.
Para os alunos não
foi diferente. Eles precisaram adequar-se à cultura digital, porém de forma
mais produtiva, cultura esta já inserida do dia a dia da maioria dos jovens,
mas que nunca fora antes tão estimulada. Os professores, por sua vez, também
precisaram reaprender novas práticas pedagógicas, utilizar ferramentas digitais
nunca antes vistas ou pouco conhecidas e exploradas mas que no momento atual se
tornaram aliadas do processo educativo para evitar que a máquina parasse de
funcionar. Estas dificuldades estão intrinsicamente ligados aos apontamentos de
parágrafos anteriores, onde relatam a falta de conhecimentos básicos de
elementos da informática e o bom uso da internet.
A pandemia do
Covid-19 trouxe mudanças drásticas comportamentais e no modo de vida das
pessoas. Entre tais mudanças na vida social, a rotina escolar foi uma das mais
impactadas, pois em torno duas semanas as instituições precisaram se adaptar a
uma nova modalidade de ensino através de aulas on line. Não obstante a
isso, alunos e professores, os principais envolvidos e porque não dizer,
afetados por essa nova onda de ensino.
Se por lado, alunos
e professores, especialmente da educação básica tiveram de se adaptar a uma
modalidade on line, desenvolver habilidades digitais e criar uma cultura
digital por meio de aplicativos e programas de computador, por outro lado, um
grupo de alunos e professores não tiveram tantas dificuldades, pois na Educação
à Distância, uma modalidade de ensino em franca expansão no Brasil, já se
utiliza dos recursos digitais e de Ambientes Virtuais de Aprendizagens [AVAs].
Para isso, o
presente artigo pretende avaliar o contexto da continuidade das aulas e dias
letivos de todas as escolas fluminenses frente à pandemia do vírus Covid-19 e
provocar reflexões sobre este momento de incertezas da continuidade de muitas
atividades, inclusive as educacionais. De como os principais envolvidos no
processo educativo estão se comportando diante desta realidade. As pesquisas
foram realizadas com base em bibliografias, reportagens e sites de notícias,
sendo, portanto considerada metodologicamente como uma pesquisa qualitativa
descritiva a partir de uma revisão de bibliografias com relato de experiências,
depois de inúmeros debates e observações, sobre o momento em que experimentamos
em tempos de isolamento social.
Uma nova forma de aprender e ensinar
Na educação on-line
existe a distância física, assim como a distância temporal, pois a aprendizagem
ocorre em momentos diferentes, quando as atividades são assíncronas, que são
aquelas não há interação direta com o aluno, aplicadas através de vídeos-aulas
gravadas, e-books, apresentação visual, podcast, etc., o que gera
outra distância nos espaços pedagógico e cognitivo, e espaço psicológico e
comunicacional que Moore [1993, p. 2] denomina de “Distância Transacional”.
O conceito de
transação teve origem em 1949, com o filósofo e pedagogo John Dewey que
caracteriza como transação toda interação entre o ambiente, os indivíduos e os
padrões de comportamento numa determinada situação.
A transação
denominada educação on-line ocorre entre professores-conteudistas,
tutores, coordenadores e alunos num ambiente caracterizado pela separação entre
os participantes e mediatizado por Tecnologias
de Informação e Comunicação [TICs]. Chamamos essa transação ocorrida em curso on-line de distância
transacional.
A Distância
Transacional para Moore [1993, p. 2] consiste em um espaço pedagógico e
comunicacional surgido no contexto da educação à distância que necessita ser
transposto, pois consiste em um espaço de potenciais mal-entendidos entre as
intervenções do educador e do aluno.
Se apegando aos
conceitos de Dewey e Moore, trazidos em síntese até aqui, mais do que nunca
vemos a educação buscando novas formas de ser concebida. Na verdade, as
condições sociais, a evolução tecnológica e as formas de percepção, utilização
do tempo e o consumo das coisas pelas pessoas neste século, provoca para que
tudo seja cada vez mais digital.
Também na educação on-line
existe o conceito de aulas síncronas que são aquelas que possibilitam uma
interação direta entre o aluno e o professor, e que são aplicadas através de
vídeo-aulas ao vivo, chats, plantão para tirar dúvidas através de
fóruns, entre outros. Esse tipo de aula precisa ser combinado com data e
horário apropriados, para que todos possam estar juntos em tempo real.
De fato, o ensino
digital se tornou um desafio a ser superado, já que requer muitas habilidades
digitais e sociais, além das tecnologias sempre acessíveis, o que não é possível
para parte dos estudantes e população em geral.
Os alunos precisam
aprender e os professores reaprender. Os jovens, considerados nativos digitais,
precisam canalizar as habilidades tecnológicas com um viés educativo. Os
professores, reciclar inclusive a maneira como elaboram os planos de aula, já
que a dinâmica da aula on-line é muito diferente do presencial.
Impactos na gestão escolar
Antes de ingressar
no tema, é preciso destacar os dispositivos legais, sob o amparo da Portaria
MEC 343 de 17 de março de 2020, que dispõe sobre a substituição das aulas
presenciais por aulas em meios digitais, por trinta dias ou enquanto durar a
situação de pandemia do Novo Coronavírus - COVID-19.
No Artigo 1º da
referida Portaria, o MEC autoriza em caráter excepcional, a substituição das
disciplinas presenciais, em andamento, por aulas que utilizem meios e
tecnologias de informação e comunicação, ou seja, no formato de ensino à
distância. Ressalta ainda os limites estabelecidos pela legislação em vigor,
por instituição de educação superior integrante do sistema federal de ensino,
de que trata o art. 2º do Decreto nº 9.235, de 15 de dezembro de 2017.
Alguns dias após, a
Secretaria Estadual de Educação do Rio de Janeiro - SEEDUC RJ implementa nas
escolas no âmbito do Sistema Estadual de Ensino, o modelo de estudos on-line,
disponibilizado em uma plataforma de ensino através do Google Classroom.
A SEEDUC RJ assegura que o acesso será gratuito e não consumirá dados de
internet dos alunos. Além disso, para os estudantes que têm dificuldade ou não
têm acesso à internet, a secretaria providenciará a impressão e entrega do
material didático.
Nas unidades particulares também não acontece
diferente. Boa parte delas já atua com a plataforma Google Classroom,
focando na transferência de arquivos de exercícios, vídeos, atendimento via
chat dentre outros recursos disponibilizados para promover a aprendizagem.
Outros aplicativos para aulas on-line também são utilizados pelas
instituições de ensino como o Zoom e o MS Teams, principalmente
para interação direta com o aluno.
Instituições de ensino profissional, em seus cursos
profissionalizantes, técnicos e superiores também passam a fazer uso de
plataformas como a Moodle, Canvas, Blackboard dentre outras. O
Grande desafio da gestão escolar é justamente adaptar seus registros a essa
nova realidade considerando a frequência do aluno e a sua avaliação.
Impactos no ensino e na aprendizagem
Para comentar sobre os impactos que mudança pode
causar na dinâmica educacional do professor, principalmente no que tange à
mudança de um perfil profissional presencial para um perfil à distância,
apresentamos nesse artigo um breve parâmetro no Quadro 1 entre o ensino
presencial e à distância:
Quadro 1. Comparativos entre o ensino presencial e o
ensino à distância Fonte: Autoria própria [2020]
Diante deste comparativo, é necessário entender os
desafios de uma mudança repentina de um ensino presencial para a distância,
principalmente quando tudo já está estabelecido e planejado.
Outro desafio que será tratado nos próximos tópicos
são os procedimentos de ensino e aprendizagem que serão seguidos pelos
professores e alunos no ensino on-line. Ambos precisarão se adaptar ao
novo sistema de ensino. O Quadro 2 apresenta os principais desafios dos atores
envolvidos nesse processo de ensino aprendizagem:
Quadro 2. Os principais desafios enfrentados pelos professores
e alunos na educação à distância. Fonte: Autoria própria [2020]
Os desafios
apresentados, que relatam os desafios enfrentados por professores e alunos,
pode também se considerados como uma proposta desafiadora enquanto estimulantes
e não como dificuldades, pois pensando na capacidade de superá-las, tornam-se
habilidades, podendo ser classificadas como competências, que são extremamente
necessárias para os dias atuais, com as quais a sociedade precisa desenvolver
para se adaptar a uma realidade onde as tecnologias, o mundo digital e as novas
formas de relações humanas estão cada vez evidentes e naturais.
Além da
precariedade estrutura tecnológica, das dificuldades de acesso dos usuários,
outro problema aqui que pode ser destacado, é a falta de habilidades digitais
dos professores. Muitos tiveram inúmeras dificuldades, mas a principal, era a
falta de habilidade e de experiência com as tecnologias.
De acordo com
levantamento feito pela UFMG e CNTE, quase 90% dos professores não tinham experiência
com aulas remotas antes da pandemia, e 42% seguem sem treinamento apropriado,
aprendendo por conta própria. A pesquisa aponta ainda que 21% considera difícil
ou muito difícil lidar com tecnologias digitais [G1, 2020].
Conclusão
Passados mais de cinco meses do início da pandemia
e da paralisação total das aulas presenciais, as aulas virtualizadas seguiram
seu curso, mas passível de muitas controvérsias, pois o que era para manter a
continuidade das aulas, e torná-las acessíveis não seguiu o esperado. Talvez
até seria esperado sim porque o maior problema dos alunos, em sua maioria
pobres, é a acessibilidade. Acessibilidade de recursos e dispositivos digitais
de qualidade essencial para o ensino virtual.
Por mais que pensemos que temos ampla inclusão
digital devido ao grande número de usuários de redes sociais e dispositivos
móveis nas mãos de jovens brasileiros, a concepção da inclusão digital não é
bem como se imagina.
Muito tem sido falado e feito pelas instituições de
ensino, tentando se reinventar em uma crise que provoca um repensar da
humanidade. Docentes e discentes utilizando AVAs, e ferramentas de vídeo e voz
e muitas outras TICs de amplo domínio nos cursos na modalidade à distância,
porém de pouca utilização na educação presencial.
As instituições e sistemas de ensino precisaram
repensar seu papel educacional para planejar mudanças imediatas, mas que não
impactem na formação dos seus alunos.
Além disso, pensar também em um processo de
formação continuada, de certa forma com o tempo bastante limitado, de seus
docentes e colaboradores administrativos foi uma ação para a adaptação
emergencial desse novo processo de ensino.
De certa forma, todos os atores envolvidos no
processo de ensino e aprendizagem entendem que todos estão diante de um mundo
mais híbrido em função de uma educação de qualidade inclusiva e justa em
sintonia com os desafios sociais dos novos tempos em que vivemos.
No ensino, tema
aqui discutido tem sofrido muitas mudanças, no entanto, há distanciamento muito
grande entre o fomentado e o aplicado, entre o ofertado e o consumido. Seja por
questões das diferenças socioeconômicas da sociedade brasileira, seja até pela
infraestrutura precária, pela inacessibilidade, a nova forma de aprender e
ensinar segrega muita gente.
De qualquer forma,
é inegável a contribuição no desenvolvimento e aprendizado que a experiência
com as aulas remotas trouxe neste tempo difícil de isolamento social.
A adaptação de
alunos, professores e instituições para as aulas remotas, trouxe uma evolução na
concepção de educação que com certeza mudará pra sempre o conceito do que é
ensino. Além de forçar a comunidade escolar a aprender novas competências,
conhecer formatos de ensino, interagir através de aplicativos que se
transformam em verdadeiras salas de aula.
Inúmeros
aplicativos de web conferências que se transformaram em ambientes
[virtuais] de aprendizagem, aplicativos de gravação de vídeo aulas, de podcasts,
formulários eletrônicos enfim, muita tecnologia que já estava disponível, mas
pouco conhecida e utilizada. Outras que surgiram para suprir as necessidades
educativas durante o isolamento e muitas que foram adaptadas e remodeladas como
instrumento pedagógico.
Este artigo traz uma proposta de discussão mais ampla
para os diversos temas que ainda serão necessários discorrer sobre a atual
situação da pandemia, do retorno incerto e questionável das aulas presenciais.
Propõe ser um instrumento de impulsão para novas pesquisas, de reflexões mais
profundas.
Para oferecer um ensino que considere todas as
possiblidades de realização e participação, mesmo de forma remota, os
professores devem planejar atividades colaborativas e definir as ferramentas
que podem ser utilizadas para incentivar esses trabalhos. As ferramentas devem colaborar para que os
objetivos sejam alcançados. Elas não podem se sobrepuser e ocupar a atenção dos
participantes.
É importante ressaltar que as experiências do aluno
na educação remota não são iguais as do presencial. Devendo também diferenciar
as aulas assíncronas das aulas síncronas, focando sempre em tecnologias atuais
e acessíveis aos alunos.
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A pandemia da covid-19 nos mostrou que ainda estamos atrasados em muitos aspectos os quais nem havíamos percebido. Você acredita que a utilização da tecnologia na educação tende a crescer após a pandemia, ou será usada como uma ferramenta apenas enquanto a pandemia durar?
ResponderExcluirAté. te
Pedro Henrique Monnerat Latini
Olá Pedro Henrique, você fez uma ótima observação. Agradecemos muito pela sua contribuição.
ExcluirAcreditamos que estamos num "caminho sem volta" onde de fato o uso de tecnologias na educação será mais intenso. A proposta do Ensino Híbrido nas escolas é cada vez mais uma realidade para o pós pandemia. Os problemas a serem enfrentados ainda são a infraestrutura ofertada pelas empresas de comunicação, a acessibilidade da população com baixo recurso para consumir os serviços de internet e, principalmente, a cultura de utilização das tecnologias pelos seus usuários. Acreditamos que essa cultura esteja transitando entre o uso intensivo para fins de entretenimento e produção econômica, e, agora, de forma mais intensa, para fins educacionais.
Atenciosamente,
Os autores Luciano e Francisco
Essa pandemia mostrou ainda mais as desigualdades encontradas na escola, em questão da tecnologia então, muitas pessoas se dizem analfabetas digitais. Nas escolas, temos pouco ou nenhum acesso a qualquer tipo de tecnologia. Após a pandemia, qual é o seu ponto de vista sob essa perspectiva? Temos condições de melhorar o acesso e a aprendizagem de como utilizar as tecnologias na escola?
ResponderExcluirPergunta feita por Paula Martins Barros
Olá Paula Martins!
ExcluirSua pergunta se conecta com a do participante Pedro Henrique.
Atualmente, pensando na realidade brasileira, todos os problemas de uma educação mais tecnológica giram em torno de uma carência na infraestrutura, tanto da escola quanto de todos os atores envolvidos no processo de ensino e aprendizagem. Isso é o que observamos também enquanto professores envolvidos nessa realidade. O momento das aulas on line, que estão acontecendo em casa, traz a tona as dificuldades que o aluno passa. Em algumas vezes é a limitação de um sistema obsoleto ou de sua internet ou pacote de dados do celular que limita o seu acesso. De outro lado temos a falta de motivação que reflete na sua organização pessoal e comprometimento, fruto de um processo de aprendizagem que pode parecer solitário. Ainda temos muito que avançar. Tivemos nesse momento um empurrão para que possamos nos alertar para as mudanças que pressionam o nosso modo de ensinar.
Sobre utilizar as tecnologias nas escolas, quem nos dera se chegássemos no modelo das escolas finlandesas.
Atenciosamente,
Os autores Luciano e Francisco
Prezados Luciano Nóbrega e Francisco Lindoval de Oliveira, tenho percebido professores que continuam com importante nível de dificuldade no tratamento do digital. Assim, quando afirmam que foi criada uma cultura digital, é possível pensar que muitas pessoas já tivessem esta cultura, e que ela não atinge a todos da mesma forma? Quais suas considerações sobre isso?
ResponderExcluirAtenciosamente, Rafael Fiedoruk Quinzani
Olá Rafael, você fez uma excelente observação. Ninguém previa uma pandemia global que impactaria de forma considerável a rotina das pessoas. Mas essa situação, de certa forma, acelerou a aplicação de novas tecnologias no processo de ensino.
ExcluirEm tempos pouco antes da antes da pandemia, professores, mesmo que de forma limitada, ja utilizavam tecnologias para subsidiar o ensino em sala de aula. A sua utilização em sala foi uma tentativa de adaptação ao atual contexto tecnológico que o próprio mercado de trabalho nos exige. Ensinar a distância já é uma realidade no ensino profissional, por exemplo. Mas entendemos que, para a educação básica, o impacto das tecnologias foi um grande desafio.
Existem profissionais, por exemplo, que lecionam nas escolas de forma presencial mas fizeram cursos a distância, o que traz uma vantagem adaptativa ao atual modelo. Porem outros aprenderam de forma tradicional, presencial e defendem esse modelo de ensino. Sempre terá dois lados da moeda, e respeitamos isso. Mas também acreditamos que alinhado a um bom ensino presencial, nós professores, precisamos nos adaptar às mudanças e, concomitantemente, compreender o contexto em que o aluno, está inserido, com o objetivo de proporcionar uma aprendizagem significativa e que faça sentido para a sua vida. Vale reforçar que o contexto do aluno nem sempre é repleto de tecnologia, existem outras variáveis que precisam ser consideradas e que estão presentes no cotidiano da sociedade. Em virtude do que foi comentado, o atual professor precisa ser flexível e compreender diversas realidades para tentar encontrar os melhores caminhos para o desenvolvimento de sua didática. A cultura digital faz parte do contexto do aluno, mas outra variáveis importantes também. O grande desafio do professor é justamente entender a realidade que vai além da sala de aula, além dos olhares de seus alunos. Pensando assim, a cultura digital não atinge a todos da mesma forma, e por isso o papel do professor tende a ser mais flexível e adaptável.
Acreditamos que a escola é uma instituição de interação mútua entre alunos, professores, equipe pedagógica, pais e comunidade.
Atenciosamente,
Os autores Luciano e Francisco
Nem alunos nem professores, muito menos os gestores públicos, imaginavam que em um piscar d'olhos, os ensinos fundamental e médios tornaria online. Com todas as dificuldades relatadas pelos autores, eu faço a indagação: Qual será o grau de dificuldades dos alunos e professores com deficiência visual, para acompanha as aulas ou mesmo para ministrarem para os alunos? Haja vista não basta os discente ou docentes com deficiência visual ter leitores de telas, tanto pago como gratuitos se a plataforma não tem, por exemplo atributos textuais nas fotos, para os programas de computadores ou celulares, com tecnologias assistivas, possam ler para o cego tudo que está na tela. Um cego que usa aplicativos de voz, para navegar na internet, tem um trabalho maior que os videntes (aquele que tem visão perfeita). Os que enxerga faz tudo com o mouse e está vendo toda a tela. O deficiente visual tem que usa as setas e o teclado, passando item por item para a voz do aplicativo dizer o que é. Caso quem criou o programa não pensaram nos alunos cegos e não colocaram as devidas acessibilidades nessas plataformas os alunos cegos não vão poder acompanhar as aulas mesmos tendo seus leitores de telas em casa. Essa também deve ser umas das preocupações em tempo de pandemias com as aulas remotas.
ResponderExcluirOlá Vilson!
ExcluirFicamos gratos pela participação e contribuição com nosso fórum.
Realmente no nosso texto, não abordamos situações de alunos com deficiência visual, seja ela total ou com graus de limitação. É um público que carece que acolhimento e de recursos cada vez mais aprimorados para a qualidade de vida destes e de tantos outros alunos deficientes. Outro exemplo que experimentamos mais frequentemente, mas que pode estender aos deficientes visuais, são os surdos. Também há uma limitação muito grande para estes alunos. Nós percebemos que a maioria dos aplicativos de vídeo chamada em grupo, não tem recursos de tela para intérprete de LIBRAS no caso dos surdos e de legendas ou algo que melhore a leitura dos alunos com baixa visão e assim como os cegos que não enxergam e não tem a assistência devida com um aplicativo mais eficiente na transmissão do áudio.
Neste sentido o que era para incluir acaba excluindo. Seu comentário serve inclusive para produzir artigos sobre a acessibilidade do aluno deficiente nas tecnologias digitais para a educação, já que a expectativa é um crescimento destas tecnologias.
Atenciosamente,
Os autores Luciano e Francisco
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirA pandemia em conjunto com o isolamento social trouxera grandes desafios para o país inclusive no ramo educacional. As desigualdades presentes se tornaram ainda mais espessas, segregando alunos da rede privada e pública. Entre as muitas medidas adotadas, destacamos a parceria com pacotes de dados móveis que foram disponibilizados aos alunos e os materiais impressos, como bem colocaram os autores. No entanto, sabemos que mesmo com todo esse esforço do governo juntamente com os desdobramentos dos professores ainda teremos um rombo na educação brasileira. Não cabe dizemos o que irá ocorrer, mas acreditamos que o artigo trazido pelo Luciano Nóbrega e Francisco Lindoval de Oliveira, nos remete uma discussão válida e inegável para o pós-pandemia, até quando o modelo de sala de aula de 1960 vai continuar? Até quando vamos resistir as novas modalidades interdisciplinares? A pandemia foi um choque a todos e surpreendeu a muitos, mas está aqui uma oportunidade para nos reinventar e fazer uma educação de qualidade e igualitária.
ResponderExcluirEmely de Almeida Souza.
Olá Emely!
ExcluirAgradecemos pela contribuição.
Temos pensamentos alinhados. Não dá mais para promover um sistema de ensino tradicional. Hoje temos além da interdisciplinaridade mencionada por você, amparada pela BNCC, também formas de ensino com base em metodologias ativas que viabilizam uma aprendizagem significativa. Estudiosos discorrem sobre o assunto e trazem propostas muito interessantes que otimizam a aprendizagem de forma significativa para os alunos.
Atenciosamente,
Os autores Luciano e Francisco
Boa tarde!
ResponderExcluirMuito pertinente o assunto, super atual.
Com uma filha no ensino fundamental e outro no médio participo da luta diária quem tem acontecido esses meses, para professores, alunos e família.
É fato que não estávamos preparados para isso, mas vejo que a experiência forçada vai ajudar a mudar aquela escola padronizada. Luciano e Fabrício vocês veem dessa forma também?
Como relatei eu acompanho dia a dia com dois filhos estudando de casa, infelizmente não são todos os alunos que tem a ajuda dos pais, seja por falta de tempo ou por falta de conhecimento. Vocês obtiveram esse tipo de relato nas pesquisas que fizeram?
Outro fator que me chama a atenção é a conexão que com tantos acessos, muitas vezes caem e/ou travam em meio as atividades. Nosso sistema de internet tem suporte para que isso não ocorra?
Pois toda vez que isso ocorre e tenho que ligar pra prestadora de internet, a resposta é a mesma. Estamos com alto índice de pessoas conectadas.
Sei que são muitas barreiras a serem vencidas, mas me digam, vocês acreditam no futuro do ensino digital associado ao presencial?
Sei que fiz muitas perguntas. Mas acho que é o assunto mais atual e nada melhor que discutirmos sobre.
Um abraço e parabéns pelo tema.
Fernanda Santos
Olá Fernanda Santos!
ExcluirFicamos gratos pelas considerações. São muitas perguntas sim, mas valem muito para a discussão.
Então vamos...
Sim, acreditamos numa mudança importante, que promove um avanço no desenvolvimento da educação. Ainda será um trabalho de formiguinha, mas estamos preparando o caminho para nossos filhos e os filhos deles.
Também temos filhos e sobrinhos pequenos que tiveram que se adaptar. Vivemos os mesmos desafios, do acompanhamento, da correção das atividades e das respostas às dúvidas. Não colocamos estas situações na pesquisa, mas ouvimos os relatos de experiências pessoais e vivenciamos ambos os lados do processo de ensino-aprendizagem, como aluno, como professor e como pais que somos.
Sobre a conexão, pensamos que ninguém imaginava essa possibilidade. Na verdade para os profissionais de TI já haviam essas possibilidades mas nunca imaginávamos uma pandemia com isolamento social e consequentemente o uso de internet acima do normal, o que ocasionou as instabilidades.
Sim, na verdade pelo que acompanhamos nas instituições em que trabalhamos, nos relatos de outros professores e gestores escolares e das discussões em relação ao ensino híbrido, é mais do que real a associação de modalidades.
Atenciosamente,
Os autores Luciano e Francisco
Olá Luciano e Francisco.
ResponderExcluirMuito pertinente o texto de vocês para o momento que estamos vivendo. Os tempos atuais nos fizeram ressignificar muitas maneiras de trabalhar e até questionar os comportamentos anteriores. Muitos professores descobriram novos modos de dar aula, de transmitir conteúdos com o auxílio da tecnologia. Acho muito importante o ponto em que vocês falaram da necessidade da formação continuada dos professores, principalmente para o momento. Minha reflexão e questionamento diante deste novo cenário é a relevância do apoio da família, principalmente para a educação infantil e fundamental I, onde as crianças ainda não possuem maturidade e responsabilidade em assistir as aulas. Outro ponto seria até que ponto as aulas online ou gravadas são de fato inclusivas para crianças com deficiência? Uma vez que essas possuem dificuldade em acompanhar as aulas pois não são adaptadas a linguagem delas.
Penso que ainda temos muito o que caminhar em relação as aulas a distância, porém, é inegável que a tecnologia é um forte aliado a educação.
Olá Tamires!
ExcluirPrimeiramente obrigado pela participação.
O momento atual, que culminou na aplicação de aulas remotas, entendemos ser muito peculiar. Ninguém (falando especificamente da nossa realidade) estava preparado para uma experiência como essa, tanto que demorou duas semanas para que as escolas se reorganizassem coordenadas com as secretarias de educação. Mas entendemos também que a experiência, porque é o que está sendo observado, será uma prática permanente. A expectativa é que a aplicação de tecnologias na educação evolua nos próximos anos. Paralelo a essa evolução vem o entendimento sobre a aplicação das tecnologias daentro de cada área específica da educação.
Na educação infantil, por exemplo, a integração das tecnologias talvez precise ser mais assistiva até que os alunos compreendam a proposta, se integrem na cintura digital com esse viés educativo e, por fim, sejam inseridos em modelos híbridos da educação. O ensino híbrido, inclusive poderá ser um ponto de partida para a ampliação da educação on line de modo completo (um EAD). Vale ressaltar que aulas presenciais jamais deixarão de existir, pelo menos em um dado momento da vida educativa de um indivíduo.
No que se refere ao ensino on line para crianças com deficiência, sua pergunta converge com o questionamento do participante Vilson Moreira. O público de alunos com necessidades especiais, requer um olhar diferenciado e prioritário, já que as tecnologias estão aí para nos servirem.
A inclusão continuará sendo um desafio gigante para a educação.
Atenciosamente,
Os autores Luciano e Francisco
Olá, bom dia! Parabéns pelo texto e por trazerem a reflexão de um assunto importante e atual.
ResponderExcluirA pandemia do COVID-19 fez com que a escola precisasse se reinventar em pouco tempo. Tem sido difícil para alunos e professores em vários aspectos. Vocês acreditam que em um possível retorno das aulas presenciais, a complementação com as aulas online possam continuar? Será que a proposta de um ensino híbrido pode contribuir positivamente diante de todas as dificuldades tecnológicas que ainda vivemos?
Obrigada, Renata Rodrigues de Carvalho
Olá Renata! Ficamos gratos pela oportunidade de compartilhar com vocês.
ExcluirRespondendo bem objetivamente suas duas perguntas, consideramos que sim.
Parafraseando uma fala do professor José Moran numa palestra sobre metodologias ativas "o ensino híbrido é percurso inevitável para a educação contemporânea".
Há inúmeras instituições, especialmente as privadas e parte das secretarias que administram as instituições públicas já começam a pensar num currículo de modalidade híbrida para o retorno às aulas, que será com certeza gradativo.
Em relação ao acesso às dificuldades tecnológicas, uma ferramenta bem comum a quase todos os alunos é o Whatsapp. Porque não utilizá-lo com instrumento ou micro plataforma de ensino. Ele é um aplicativo de baixo consumo de dados e é o mais popular que podemos pensar por hora.
Outra estratégia é usar o Facebook, que semelhante ao Whatsapp tem baixo consumo de dados, quando não, é gratuitamente oferecido em pacotes de telefonia móvel. Tenho relatos de escolas que o Facebook pra informar, disponibilizar conteúdos e realizar mini aulas teletransmitidas.
Ou por um blog como esse que estamos utilizando no simpósio nesta maravilhosa e empolgante interação.
Acreditamos que é possível trabalhar com as ferramentas simples que temos, que dispensam conexões pesadas e conhecimentos mais aprofundados.
Gratos mais uma vez.
Atenciosamente,
Os autores Luciano e Francisco
Boa tarde amados,
ResponderExcluirtudo bem com vocês?
Primeiramente eu agradeço a contribuição de vocês por meio do seu texto para o enriquecimento do meu conhecimento.Eu reconheço a importância dos usos das tecnologias na contemporaneidade, pois contribui muito no processo de ensino e aprendizagem na educação básica e nesse momento pandêmico o ensino EaD está sendo uma ferramenta de ensino nas escolas, mas esse tipo de aula não é algo democrático, pois não chega a todos. Presenciamos em todos os estado, inclusive no meu Mato Grosso, que o ensino online não abarca todos os alunos, pois nem todos possuem celular, notebook e internet e vemos nesses casos a distribuição de apostilas, por exemplo, para esses alunos sem acesso a tecnologia. Você acha que nesse momento de pandemia as aulas no Brasil estão ocorrendo de forma correta? É um ensino desigual ? Todos conseguem acesso as aulas virtuais? Você consegue verificar alguma forma para diminuir essas desigualdades entrem quem consegue acesso as aulas online daqueles sem condições financeiras para tal acesso? Desde já eu agradeço pelas respostas, abraços.
Att,
Cristiano Rocha Soares
Olá Cristiano!
ExcluirSuas perguntas são muito pertinentes, pois advém de problemas que vieram à tona com a inserção das aulas remotas por causa da pandemia.
Acreditamos na democratização do ensino e sabemos que mais importante do que utilizar tecnologias no ensino é ofertar uma aprendizagem significativa e contextualizada para o aluno. O ensino presencial não acabará pois a interação humana será extremamente necessária nos diversos níveis de aprendizagem.Mas consideramos nesse contexto uma cultura digital que vem sendo fortalecida e que precisa ser considerada. Nas diversas classes sociais essa cultura está presente. Obviamente que aqueles na linha da pobreza estão sendo mais impactado. Por isso essa discussão abre espaço para a discussão sobre os diversos programas de inclusão digital que existem no Brasil, ofertados através de investimentos de grandes empresas ou por verbas públicas. Para equacionar essa problemática, deveremos provocar a interação dos diversos órgãos da sociedade civil para que os alunos.
Quanto ao considerar correta ou não as formas como as aulas estão acontecendo, não dá pra afirmar, mas achamos que poderiam ser melhores. Afinal, surgiram uma infinidade de multimeios midiáticos para serem utilizados em aulas on line e que favorecem o ensino no momento em que vivemos.
Segundo, é desigual por vários aspectos: questões socioeconômicas, pois há uma diferença de acessibilidade entre alunos de escolas particulares das públicas; tambem há um bloqueio ou limitação de manuseio e operação dos itens tecnológicos; e o de infraestrutura se considerarmos que o Brasil é um país de dimensões continentais, no qual há lugares difíceis de serem alcançados.
A terceira pergunta você mesmo respondeu quando justifica as dificuldades de parte dos alunos de seu estado, e reiteramos.
Por fim, ressaltamos a a fala da Unicef, que recentemente sugeriu o uso das tecnologias mais comuns como a TV e rádio como forma de levar a sala de aula remotamente. Algumas escolas e municípios do Rio de Janeiro adotaram estes recursos como estratégias para os alunos que têm dificuldades de acesso.
Atenciosamente,
Os autores Luciano e Francisco
Obrigado pelas respostas, ótimas reflexões.
ExcluirAtt,
Cristiano Rocha Soares
Boa noite,
ResponderExcluira desigualdade no Brasil criou verdadeiros abismos que se refletem em todas as atividades da sociedade. Até que ponto a falta de acesso às tecnologias prejudica o ensino a distância?
Atenciosamente,
Michelli Cardinot Maturana
Obrigado pela contribuição Michelli!
ExcluirVivemos em uma sociedade desigual que é fruto do sistema econômico que estamos inseridos. Acreditamos que a desigualdade pode sim impactar no acesso às tecnologias. Mas acreditamos que mais do que isso é a transformação da forma de ensinar o aluno considerando as diversas variáveis que impactam na vida dele. Será necessário primeiro entender que um ensino significativo, que traz significado para a vida do aluno, é mais importante do que aplicar as tecnologias.
Mas falando em desigualdades frente às tecnologias, uma forma provável de minimizar seus impactos negativos seria utilizar tecnologias mais próximas da realidade da maioria dos brasileiros, tais como a TV e o rádio. Aliás essa proposta foi endossada pela Unicef recentemente, chamando a atenção para o retorno das aulas em formato híbrido.
Atenciosamente,
Os autores Luciano e Francisco
Boa tarde quero parabenizar os autores Luciano Nóbrega e Francisco Lindoval de Oliveira, pelo artigo intitulado de os desafios da educação remota em tempos de isolamento social, na qual é explicado que o ensino remoto é um grande desafio atualmente, pois além das dificuldades tecnológicas, também é necessário garantir a interação com os alunos, mantendo-os atentos, para assegurar a aprendizagem. Mesmo sendo apontada como a principal questão da desigualdade no ensino, a tecnologia pode, sim, ser uma importante aliada dos educadores.
ResponderExcluirAssina: Francielcio Silva da Costa.
Nós que agradecemos pela participação e considerações.
ExcluirVamos às respostas para suas perguntas!
Quais os principais teóricos da área da educação que debatem atualmente o ensino remoto??
ResponderExcluirAssina: Francielcio Silva da Costa.
Olá Francielcio!
ExcluirCompreendemos que o Ensino Remoto converge muito com as principais discussões sobre a EAD, mas atualmente, e especificamente o Ensino Remoto que dialoga muito com os conceitos das Metodologias Ativas, em especial a Sala de Aula Invertida e o Ensino Híbrido, aqui no Brasil temos José Manuel Moran, Andrea Filatro que além das Metodlogias Ativas também pesquisa e tem várias publicações sobre Design Instrucional.
Lina Morgado também é uma autora que tem diversos artigos que discorre sobre o assunto, que ela chama de Ensino on line e não Remoto, mas que acaba tendo o mesmo propósito.
Nas referências do nosso texto tem um artigo muito interessante que os autores trazem uma reflexão muito interessante que dialoga com estes e outros autores.
Atenciosamente,
Os autores Luciano e Francisco
Podemos afirmar que o ensino remoto veio para ficar de vez na educação brasileira??
ResponderExcluirAssina: Francielcio Silva da Costa.
Francielcio,
ExcluirVemos o Ensino Remoto como uma realidade permanente, que para o momento não veio substituir o ensino tradicional mas sim complementa-lo apesar de reconhecermos que necessita muitas melhorias.
Atenciosamente,
Os autores Luciano e Francisco
Quais aplicativos são considerados ideais para serem utilizados pelo ensino remoto??
ResponderExcluirAssina: Francielcio Silva da Costa.
Olá Francielcio!
ExcluirRespondendo esta pergunta, podemos afirmar que o Ensino Remoto tambem requer interação entre alunos e professores numa sala de aula virtual, portanto, qualquer aplicativo de vídeo chamada e/ou de mensagens instantâneas são ideiais para o uso nas aulas. É claro que há aplicativos muito bons, os quais aprendemos a manusear durante estes 6 meses de pandemia. Alguns sequer tínhamos ouvido falar mas já estavam disponíveis. Se tornaram populares livres de acesso para acesso.
Podemos citar entre alguns mais populares e usuais: _Google Meet, Google Classroom, Moodle, MS Teams, Zoom, BlackBoard, Google Hangout_ etc.
Mas falando em ideal mesmo, podemos considerar aquele que for mais acessível para os alunos.
Agradecemos mais uma vez por sua participação.
Atenciosamente,
Os autores Luciano e Francisco
Boa noite! Sou Andreia e estou cursando Pedagogia, como educadora senti que essa nova modalidade de ensino a distância para as crianças realmente é muito difícil de realizar. E quando o professor não conhece de tecnologia fica mais complicado de ajudar os alunos. Com toda essa situação da pandemia é preciso preparar os docentes para essa nova modalidade de ensino desde o infantil, até o ensino médio.
ResponderExcluirOlá Andreia,
ExcluirConcordamos com você quando diz que "é preciso preparar os docentes para essa nova modalidade". A capacitação do docente para o uso das tecnologias sera cada vez mais necessária.
Atenciosamente,
Os autores Luciano e Francisco
Sobre o ensino remoto, uma formação para os professores sobre a tecnologia e seu uso seria algo importante para a escola, e os alunos? Qual sua opinião?
ResponderExcluirOlá Andreia!
ExcluirPodemos dizer que com esta experiência de aulas remotas, e que com certeza será uma realidade com vistas que ainda precisamos melhorar muito estruturalmente, o uso de tecnologias na educação deveria ser parte integrante do currículo dos cursos de licenciatura, como fizeram com a LIBRAS. Nessa perspectiva os alunos da EAD nestas licenciaturas saem com uma pequena vantagem em relação aos alunos do ensino tradicional, pois são naturalmente e forçadamente introduzidos no mundo digital.
Mas precisamos pensar nos professores ativos, com mais tempo de magistério e que não tem domínio de tecnologias digitais.
Em relação aos alunos, naturalmente com o acesso às tecnologias eles são incluídos no mundo digital. A questão é que esta inclusão quase sempre não tem viés educativo mas tão somente de entretenimento. A partir disso poderia considerar que em dado momento da alfabetização ou após a totalidade dela, o ensino da informática poderia ser obrigatório nas escolas.
Atenciosamente,
Os autores Luciano e Francisco
De fato a situação da pandemia, pegou a todos de surpresa. Nos fez parrar e fazer uma reflexão profunda em diversos aspectos sociológicos, na educação a distância pós a prova o conhecimento tecnológico que poucos tem no manuseio desta ferramenta. Acredito que apesar da inclusão digital ser algo conhecedor de muitos, na aprendizagem educacional tem ainda muito de se especializar. Outro fator muito importante que pode ser visualizado pela sociedade mó meu ponto de vista e a precariedade do ensino público e a desigualdade que esses alunos passam constantemente. Na opinião dos autores com vocês vêem a situação da da rede pública de ensino?
ResponderExcluirSimone do Nascimento Lima Souza
Olá Simone, agradecemos pelas considerações. Sua pergunta é muito pertinente.
ExcluirInfelizmente a educação pública no ensino básico é muito deficitária em relação ao mesmo nível da educação privada. Há uma diferença muito grande entre os setores, principalmente porque a educação pública depende dos repasses de verbas das diferentes esferas publicas. A educação pública ainda sofre com o desafio do equilíbrio dos repasses e os cortes de investimentos que ainda persistem.
Na nossa opinião, falta distribuir melhor os investimentos em educação, fortalecendo melhor a base (Educação Básica). O que vemos hoje é um grande volume de analfabetos funcionais e, infelizmente, analfabetos tradicionais, que por consequência desenvolvem o analfabetismo digital.
Temos receio que estas diferenças ainda vão existir por um tempo, o que para nós não é aceitável.
Atenciosamente,
Os autores Luciano e Francisco
Boa noite, Luciano Nóbrega e Francisco de Oliveira.
ResponderExcluirParabéns pela escolha do tema proposto, é de grande relevância discutirmos sobre essa nova forma de ensinar. Acredito que, apesar dos desafios desse momento, o ensino remoto trará grandes contribuições para o futuro da educação.
Sabemos que muitos alunos estão sofrendo com a falta de acesso aos conteúdos escolares, pois não possuem recursos tecnológicos. Consequentemente, eles poderão desenvolver dificuldades de aprendizagem nas próximas séries. Gostaria de perguntar, como as escolas podem ajudar esses discentes que não têm acesso as atividades remotas?
Olá Thiago!
ExcluirTemos as mesmas expectativas que você sobre o Ensino Remoto.
Quanto a sua pergunta, sabemos que há um movimento de escolas se preparando para o retorno gradativo das aulas. Nas públicas, pretendem disponibilizar as salas de informática e telecentros para receber os alunos com dificuldades de acesso, contudo, nem todas as escolas dispõem de aparelhos de informática.
A Seeduc RJ também se programou para entregar chips com acesso à internet aos alunos de sua rede. Tudo esbarra sempre na precariedade da infraestrutura.
Uma solução possível é impressão de apostilas e Vídeo aulas em DVD.
Sabemos que a discussão é ampla, complexa e será extensa a partir de agora.
Atenciosamente,
Os autores Luciano e Francisco
Boa noite!
ResponderExcluirSobre o parágrafo "Conclusão: Passados mais de cinco meses do início da pandemia e da paralisação total das aulas presenciais, as aulas virtualizadas seguiram seu curso, mas passível de muitas controvérsias, pois o que era para manter a continuidade das aulas, e torná-las acessíveis não seguiu o esperado. Talvez até seria esperado sim porque o maior problema dos alunos, em sua maioria pobres, é a acessibilidade. Acessibilidade de recursos e dispositivos digitais de qualidade essencial para o ensino virtual", muito se fala sobre a educação básica, mas em sua concepção de que forma os alunos de graduação que trabalham fora e não puderam fazer o isolamento social, e assim como eu fazem EAD podem fazer para suprir suas demandas de vida pessoal, profissional, acadêmica e as necessidades de acessibilidade por questões econômicas?
Olá Laís!
ExcluirSuas observações como as dos demais participantes também enriquecem o tema discutido. Sua pergunta também soa inquietante e é bastante pertinente.
Para uma educação mais tecnológica, percebemos que todos os problemas giram em torno do conceito de acessibilidade. Falamos das acessibilidades limitadas pelas deficiências, limitadas pelas por falta ou precariedade de infraestrutura e também da acessibilidade por questões socioeconômicas.
Precisamos contudo reconhecer que o aluno da EAD, não teve tanta dificuldade com as tecnologias, pois ele já estava inserido no mundo digital, no entanto isso não reflete aos alunos do presencial. Falar das questões socioeconômicas que influencia o ensino numa situação atípica como uma pandemia que paralisou o sistema de ensino tradicional é muito complexo mas perceptível.
Acreditamos que a partir de então, caberia aos órgãos governamentais o fomento e políticas públicas de incentivo.
Esperamos tê-la respondido.
Atenciosamente,
Os autores Luciano e Francisco
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ResponderExcluirCaros leitores,
ResponderExcluirAgradecemos a todos que participaram com suas perguntas, o que fez enriquecer ainda mais o nosso trabalho e nos fez refletir sobre outros aspectos do Ensino Remoto.
Acreditamos que nosso objetivo foi alcançado que foi trazer uma reflexão sobre a importância e os desafios do ensino remoto, com o qual fomos forçados a nos adaptar durante essa pandemia enquanto educadores, como pais e também como alunos em outros níveis de ensino.
Um forte abraço,
Luciano Nóbrega e,
Francisco Lindoval de Oliveira